segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Aprendendo com a vida.

Quando eu tinha 19 anos, aconteceu o que de pior poderia acontecer na época e o que de melhor aconteceu para o resto de minha vida. Fui servir o exército. Este acontecimento mudou minha vida, naquele tempo eu me achava o último dos últimos, mas a vida me ensinou que foi uma lição pela qual eu precisava passar.

Garoto mimado, filho único, cinco irmãs para fazer qualquer vontade e era cheio delas, de repente vi que minha vida havia dado uma reviravolta. Fiz de tudo para me safar desta, mas não teve jeito, o tenente que fazia a tal seleção parece que farejava a malandragem que os garotos faziam para tentar se livrar daquele tormento. Não teve conversa já voltei para casa com a cabeça raspada naquele corte que só os militares conseguem fazer.

Meu mundo desabou, quase todos da minha idade usavam o cabelo comprido até os ombros, eu não era exceção, de repente, sem mais nem menos, ter meus cabelos arrancados por aquele “Dalila” de fardas foi o fim de minha vidinha de pseudo-hippie. Acabou com todas minhas forças. Tinha de me apresentar em 15 dias. Fui para casa e lá fiquei até o dia da apresentação. Morria de vergonha de sequer colocar o nariz pra fora da porta de casa. E o resto de meus dias como milico não foram muito diferentes. Quando não estava trancafiado no quartel, estava na minha prisão particular, foram dias terríveis.

Fiquei por lá exatos um ano e um mês. O período normal são dez meses, mas para sair nesta primeira baixa, é necessário ter um excelente comportamento, fato que ficou bem longe de acontecer, depois até posso contar com mais calma as aventuras em que me meti no quartel. O esquema era, aprontava ficava preso e tinha pontos a menos no prontuário. Fiquei muito tempo preso e acabei saindo só na segunda baixa, como punição.

Hoje eu entendo que boa parte da pessoa que sou hoje, devo ao período que fiquei no exército. Lá eu aprendi, a duras penas, que aparência não é tudo na vida, aprendi a cuidar de mim sozinho, a ter muita persistência para conseguir o que se quer, a ter respeito pelas pessoas e principalmente que por mais que você não queira, existe uma hierarquia no mundo.

Enfim o que foi muito ruim em determinada época, fez com que eu hoje me orgulhe de ser a pessoa que sou.

3 comentários:

Odilon disse...

Olha você gosta mesmo de brincar de achar coisas boas nos lugares e situações mais estapafúrdias. Esse da cordinha é você? Depois os manos acham radical o tal de rapel. Coisa mais antiga.

roberto bezzerra disse...

Já que eu não fui para o exército, esta é outra coisa que vou morrer sem saber como é, a não ser por depoimentos de amigos...
Talvez tivesse sido uma coisa engraçada, divertida, útil, ou simplesmente detestável.
Não saberei "jamé".

Adriana disse...

Graças a Deus mulheres não tem serviço militar obrigatório,seu rapel está ótimo.Muito radical.Seu comentário esta hilariante.