Desde que vi, através da janela de um trem a caminho de Reims, na Champanhe, a cidade de Epernay, fiquei bastante curioso a respeito do champanhe, o líquido que seduz multidões no mundo. Estava escrito no meu guia de viagem que a cidadezinha era completamente sem atrativos turísticos e que a única razão para uma visita seria para meter-se nas diversas caves de calcário e provar o néctar dos deuses. A cidade é totalmente dominada pela indústria do champanhe, um dos mais rentáveis negócios do mundo a ponto de ter a renda per capita mais alta da França.E como uma curiosidade puxa outra, um devaneio deságua em outro, acabei por ficar bastante curioso de como as borbulhas eram colocadas dentro da preciosa garrafa. Como sou um zero a esquerda em química, para mim era um mistério a formação do tal gás, visto que pela idade que já existe a bebida, não poderia ser um processo industrializado. E nem ficaria bem em um produto tão refinado. Com material pesquisado suficiente e sem pretensões de ser um entendido na arte, coloco abaixo para vocês as informações que sanaram minha curiosidade.
O método champenoise
Para produzir borbulhas, o champanhe tem que passar por um processo de fermentação dupla. Primeira fermentação – o vinho base feito de uvas ácidas é fermentado entre 20 e 22 ºC em barris de carvalho. Depois, são retirados os sedimentos e mantido em temperaturas mais frias para clarear. O vinho é engarrafado e o liqueur de tirage (açúcar, vinho e fermento), é acrescentado. Segunda fermentação – as garrafas são armazenadas durante um ano ou mais em adegas de calcário. O fermento transforma o açúcar em álcool e óxido de carbono, que produz as borbulhas. As células do fermento morrem e as garrafas são levemente batidas todos os dias. A retirada final dos depósitos é feita pelo processo dégorgement (o gargalo é mergulhado em salmoura no ponto de congelamento e o bloco de sedimentos é removido). Adiciona-se um pouco de açúcar (liqueur d’expédition) para ajustar o sabor adocicado antes da última rolha. Voilá!
Enfim é isto, agora como uma boa desculpa, se eu fosse vocês, sairia correndo e compraria uma boa garrafa, de uma boa safra só para se deliciarem com as tais borbulhas.


5 comentários:
Muito interessante :)
Não conhecia a hist do champanhe.
Beijufas de Luz!!
A sugestão é boa mas tem que esperar. O calor já anda a fazer bolhinhas demais na minha cabeça. Credo! Isso não acaba mais?
abraços de Pitanga
Este post merece a comemoração referida. Todas as borbulhas por uma boa causa.
Quando as borbulhas do champanhe sobem, tornam o mundo mais doce.
Um beijo para ti.
Pois é, eu também não tinha a menor idéia destes macetes todos.
E depois da tua "dissertação" sobre o assunto, não pude evitar de imaginar uma casa em Trois Anges, e numa mesma mesa, Brigitte Bardot e Juliette Gréco. E, servindo champanhe para todos, Madame Patachou,cantando alegremente "Paris c'est une blonde"....e voilà !!
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