quarta-feira, 5 de março de 2008

As borbulhas do champanhe.

Desde que vi, através da janela de um trem a caminho de Reims, na Champanhe, a cidade de Epernay, fiquei bastante curioso a respeito do champanhe, o líquido que seduz multidões no mundo. Estava escrito no meu guia de viagem que a cidadezinha era completamente sem atrativos turísticos e que a única razão para uma visita seria para meter-se nas diversas caves de calcário e provar o néctar dos deuses. A cidade é totalmente dominada pela indústria do champanhe, um dos mais rentáveis negócios do mundo a ponto de ter a renda per capita mais alta da França.

E como uma curiosidade puxa outra, um devaneio deságua em outro, acabei por ficar bastante curioso de como as borbulhas eram colocadas dentro da preciosa garrafa. Como sou um zero a esquerda em química, para mim era um mistério a formação do tal gás, visto que pela idade que já existe a bebida, não poderia ser um processo industrializado. E nem ficaria bem em um produto tão refinado. Com material pesquisado suficiente e sem pretensões de ser um entendido na arte, coloco abaixo para vocês as informações que sanaram minha curiosidade.

O método champenoise

Para produzir borbulhas, o champanhe tem que passar por um processo de fermentação dupla. Primeira fermentação – o vinho base feito de uvas ácidas é fermentado entre 20 e 22 ºC em barris de carvalho. Depois, são retirados os sedimentos e mantido em temperaturas mais frias para clarear. O vinho é engarrafado e o liqueur de tirage (açúcar, vinho e fermento), é acrescentado. Segunda fermentação – as garrafas são armazenadas durante um ano ou mais em adegas de calcário. O fermento transforma o açúcar em álcool e óxido de carbono, que produz as borbulhas. As células do fermento morrem e as garrafas são levemente batidas todos os dias. A retirada final dos depósitos é feita pelo processo dégorgement (o gargalo é mergulhado em salmoura no ponto de congelamento e o bloco de sedimentos é removido). Adiciona-se um pouco de açúcar (liqueur d’expédition) para ajustar o sabor adocicado antes da última rolha. Voilá!

Enfim é isto, agora como uma boa desculpa, se eu fosse vocês, sairia correndo e compraria uma boa garrafa, de uma boa safra só para se deliciarem com as tais borbulhas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante :)
Não conhecia a hist do champanhe.

Beijufas de Luz!!

Pitanga Doce disse...

A sugestão é boa mas tem que esperar. O calor já anda a fazer bolhinhas demais na minha cabeça. Credo! Isso não acaba mais?

abraços de Pitanga

Odilon disse...

Este post merece a comemoração referida. Todas as borbulhas por uma boa causa.

Ana disse...

Quando as borbulhas do champanhe sobem, tornam o mundo mais doce.
Um beijo para ti.

roberto bezzerra disse...

Pois é, eu também não tinha a menor idéia destes macetes todos.
E depois da tua "dissertação" sobre o assunto, não pude evitar de imaginar uma casa em Trois Anges, e numa mesma mesa, Brigitte Bardot e Juliette Gréco. E, servindo champanhe para todos, Madame Patachou,cantando alegremente "Paris c'est une blonde"....e voilà !!