Hoje aconteceu comigo uma daquelas situações bastante conhecida. Uma coisa puxa a outra. Vendo um dos destaques da UOL observei a palavra Petit Gâteau (deixo aqui um link para as fadas da cozinha poderem conferir), enfim uma receita de sobremesa daquelas que os chefs juram que é facílimo fazer. Bem, isto não vem ao caso, a estória é outra. Vendo a palavra fiquei pensando – onde já vi isso? Lembrei! Outro dia, perguntei a um amigo e ele explicou, em palavras mais entendíveis, que era um bolinho que o segredo era ser mole por dentro. E ainda completou – lembra aquela sobremesa do castelo? Aquilo era um Petit Gâteau.
Enfim, Petit Gâteau hoje para mim, lembra uma daquelas situações em que você nunca imagina estar e ela acontece. Em 1996, fui com este mesmo amigo fazer uma viagem a França, aliás, minha primeira a Europa. Eu a turismo, ele parte turismo e parte negócios. Um congresso e uma visita a uma indústria diagnóstica na Provance. Como o responsável em conduzir a visita ficou sabendo da companhia, gentilmente, enviou duas passagens de TGV para Motélimar. E lá fomos nós. Fomos recepcionados por ele e levados para conhecer sua casa, uma casinha como ele dizia. Na realidade uma propriedade rural da época medieval (século XIII), toda de pedra rústica por fora e totalmente adaptada aos tempos modernos por dentro.
O compromisso iria acontecer dois dias depois o que proporcionou passeios à boa parte dos castelos e vilas da região. No tal dia eu me preparei para fazer um turismo na cidadezinha quando fico sabendo que a minha estadia incluía uma visita tal indústria. Depois de muito não, acho que não, não é uma boa, lá fui eu, com a cara e a coragem, conhecer um equipamento sem saber nem o que era nem a serventia. Fui apresentado como colega de trabalho, o que deu a entender que eu era um profissional da área. Eu mudo e calado, quase não entendia o que se falava (existe coisa pior que brasileiro falando inglês, francês falando inglês). Para não me alongar muito, o resultado é que fui uma das duas primeiras pessoas do Brasil a conhecer o equipamento, que eu continuo sem saber para o que serve.
O ponto alto da visita foi um almoço. Fomos levados a um restaurante no interior de um castelo com vista, devido à altura, para infinitos campos de lavanda, no vale do Ródano. Uma recompensa pelos constrangimentos passados até então e por outros que aconteceriam durante a refeição. A mesa parecia uma Babel. Quatro falando francês, depois de saber que o amigo entendia boa parte do que era falado, ele respondendo em inglês e eu não entendendo absolutamente nada do que se falava, fingindo uma timidez, mas sorrindo e concordando com a cabeça quando era solicitado a uma participação. Algumas vezes fui prontamente salvo pelo amigo e o representante que rapidamente me colocavam a par do que estava ocorrendo, em português. A maior saia-justa da minha vida.
Bom, não preciso nem falar que o grand finalle servido foi o tal Petit Gâteau, acompanhado com sorvete de creme. Com certeza, na hora devo ter sido informado sobre o que era, afinal eu pedi isto de sobremesa, mas para mim foi mais uma das muitas, muitas palavras que eu não tinha a menor idéia do que se tratava naquele dia.
Enfim, Petit Gâteau hoje para mim, lembra uma daquelas situações em que você nunca imagina estar e ela acontece. Em 1996, fui com este mesmo amigo fazer uma viagem a França, aliás, minha primeira a Europa. Eu a turismo, ele parte turismo e parte negócios. Um congresso e uma visita a uma indústria diagnóstica na Provance. Como o responsável em conduzir a visita ficou sabendo da companhia, gentilmente, enviou duas passagens de TGV para Motélimar. E lá fomos nós. Fomos recepcionados por ele e levados para conhecer sua casa, uma casinha como ele dizia. Na realidade uma propriedade rural da época medieval (século XIII), toda de pedra rústica por fora e totalmente adaptada aos tempos modernos por dentro.
O compromisso iria acontecer dois dias depois o que proporcionou passeios à boa parte dos castelos e vilas da região. No tal dia eu me preparei para fazer um turismo na cidadezinha quando fico sabendo que a minha estadia incluía uma visita tal indústria. Depois de muito não, acho que não, não é uma boa, lá fui eu, com a cara e a coragem, conhecer um equipamento sem saber nem o que era nem a serventia. Fui apresentado como colega de trabalho, o que deu a entender que eu era um profissional da área. Eu mudo e calado, quase não entendia o que se falava (existe coisa pior que brasileiro falando inglês, francês falando inglês). Para não me alongar muito, o resultado é que fui uma das duas primeiras pessoas do Brasil a conhecer o equipamento, que eu continuo sem saber para o que serve.
O ponto alto da visita foi um almoço. Fomos levados a um restaurante no interior de um castelo com vista, devido à altura, para infinitos campos de lavanda, no vale do Ródano. Uma recompensa pelos constrangimentos passados até então e por outros que aconteceriam durante a refeição. A mesa parecia uma Babel. Quatro falando francês, depois de saber que o amigo entendia boa parte do que era falado, ele respondendo em inglês e eu não entendendo absolutamente nada do que se falava, fingindo uma timidez, mas sorrindo e concordando com a cabeça quando era solicitado a uma participação. Algumas vezes fui prontamente salvo pelo amigo e o representante que rapidamente me colocavam a par do que estava ocorrendo, em português. A maior saia-justa da minha vida.
Bom, não preciso nem falar que o grand finalle servido foi o tal Petit Gâteau, acompanhado com sorvete de creme. Com certeza, na hora devo ter sido informado sobre o que era, afinal eu pedi isto de sobremesa, mas para mim foi mais uma das muitas, muitas palavras que eu não tinha a menor idéia do que se tratava naquele dia.