terça-feira, 13 de maio de 2008

Uma sina hereditária.

Lendo o post de um amigo, sobre o carinho que ele tem por uma travessa Goyana (aliás, eu conheço a tal peça e acompanho a dedicação dele pelo objeto há décadas), lembrei de meu aparelho de porcelana chinesa. Deve estar guardado em algum lugar da casa. Já tive muito apego por ele. Hoje o mantenho para evitar a perpetuação de uma catástrofe familiar.

Vou explicar. O tal aparelho, daqueles de porcelana bem fininha que você fica com medo de até respirar perto dele, está na minha família, pelo que eu sei, há milhares de anos. Este sim já é uma antiguidade. A primeira a receber de presente de casamento foi a tia de uma tia-avó minha. Pela data deve ter recebido direto de um imperador da dinastia Ming. Ai começou a tal da sina hereditária.

Esta parenta distante acabou tendo seu casamento desfeito. Praticamente abandonada no altar, seu noivo desapareceu e sequer deixou explicação do que poderia ter acontecido. Como era comum na época, e acho que até hoje, não era educado devolver os presentes ganhos, dava azar. Então o tal serviço de café entrou para família. E a sina também!

A minha tia-avó, uma menina adolescente a esta altura, adorava o tal aparelho e ficou com ele para o seu enxoval. Resumo - ficou solteira o resto da vida. Antes de falecer distribuiu, ainda em vida, todos os objetos e pertences que ela havia guardado. O conjunto veio parar nas mãos de minha irmã mais velha.

Já desconfiada que o presente era de grego, ela se limitou a guardá-lo no fundo de um armário e esqueceu dele. Ficou noiva três vezes e não casou nenhuma. Então chegou a minha vez. Eu adorava aquele conjunto e vivia pedindo para ela me dar. De tanto insistir fiquei com ele. Ela, depois de passar para mim, casou.

Este legado já está comigo há uns trinta anos. Continuo solteiro. Primeiro achava que a tal sina existia mesmo. Cheguei até a cogitar a venda para algum antiquário. Hoje eu acredito, com muita fé, que o “azar” existe mesmo e vou manter estas porcelanas comigo, até o fim dos meus dias. Em vida, evito que a sina continue. Depois que cada um cuide de si.

6 comentários:

Anônimo disse...

Oi
Sinceramente nem sei se hei-de rir ou chorar :)
ja pensaste partir os ditos? assim quebravas a sina :)

Pensa nisso

Beijufas de Luz!!

Nanda Nascimento disse...

São lindas, não desfaça delas, e sim do seu pensamento sobre elas, senão essa sina se perpetuara em sua família.

Beijos e flores!!

Anônimo disse...

Bom, se você estiver muito preocupado com a maldição, manda pra mim que eu sou muito bem casada e AMO porcelanas lindas, como você bem sabe!

Ah! Vai la no Chrises que tem presente procê!

Adriana disse...

Tenho algumas peças que vem de família,vó que passou mãe,veio para mim e vai para as meninas .Acho importante ter história de família para contar e mostrar,são como fotos ao vivo.

Fay van Gelder disse...

Adorei o teu serviço, o importante mesmo é ter história de familia.
Eu adoro coisas antigas e tenho várias peças, que me vieram para as mãos e que vou passar as minhas meninas:)

Bjo

Anônimo disse...

Aninha diz:rsrsrsrsrsrrs,ainda bem que sou do coraçao, mas que tal passar p/ a filha da irmã? quem sabe desiste dos absurdos que passam pela mentersrsrsrrsr e depois de alguns anos pediremos p/ ela passar adiante...